3 de setembro de 2010

Filmes de uma guerra






Marte versus Venus. A mais antiga das guerras, a mais violenta, a mais cheia e vazia de virtudes e vícios. O Vale tudo universal. Todos têm razão de conclamar vitória, ninguém deveria vencer. Uma guerra que já derramou mares de sangue e enquanto houver o humano mais sangue será vertido. Uma guerra que faz a humanidade sobreviver, mas que tira algumas vidas pelo caminho. Tróia!? Foi só um efeito colateral de uma briga muito maior, mais antiga, mais futura.
Exércitos de fronte tomam o campo de batalha, as peças da armadura vão ao chão. As investidas se dão em planícies de lençóis brancos e montanhas feitas de travesseiros. Os sons da batalha são altos e ritmados conforme a ferocidade do embate. Braços, pernas, línguas, sexos são espadas e escudos. Golpe após golpe e dois corpos desfalecem. Alquebrados e entorpecidos, duas vítimas, imagem tão antiga essa.
Há filmes que celebram o Eros e o Thanatos. Sua propulsão é o sexo, todos eles terminam em morte, simbólica ou não. Uma seleção de películas para encorajar todos que entraram no campo da guerra. À posto!

9 Semanas e ½ de amor – Um filme datado, claro. Lambuzadamente datado. Kim Basinger traduzindo o nome de Afrodite. Impossível ouvir You can leave your hat on sem pensar nela. Um filme que te domina, não dá para deixar pela metade. Ainda sim, para uma geração internet a sensualidade da fita é comparável a uma propaganda de margarina. Transar para mostrar quem é que manda aqui.

9 Canções - Um filme que diz pouco, quase nada. Talvez, por isso diga tanto sobre a geração que retrata: fria; distante – lá longe; usa o corpo por tédio; se droga por tédio; sai à noite para remediar o tédio; que ama sem chorar e que já desistiu de buscar significados. E que trilha sonora, hein!? Ótima. Transar para espantar o tédio.

Último Tango em Paris – Toneladas de paginas, incontáveis palavras já versaram o filme. Aqui vão mais algumas. A cidade certa para contar essa estória. Décadence avec élégance, baby. Maria Schneider é lindinha, mas sua atuação é devorada por Brando. Confine num apartamento decadente, numa cidade cinza, dois opostos em idades, perspectivas e experiências de vida. Só confinados no espaço podem as infinitudes que habitam suas mentes transbordar. Um filme essencial. Transar para punir e machucar.

Império dos SentidosSem piadas com o aparato masculino oriental, certo!? Paixão sem limites, desbragada, nua e crua. Uma paixão que sugou, entorpeceu e fez afundar quem ousou senti-la. Com todos seus exageros e sutilezas tenho forte convicção de que os comportamentos pressupostos do masculino e feminino estão descritos de maneira visceral na película. Transar porque é tudo.

Intimidade A casa quase vazia de Jay. Saudades do que se perdeu. Desgosto pelo que se tem. Não, nem o sexo redime, mas acentua o vazio. E não me venha com essa de amor, isso se perdeu há tempos. É muita dor, mesmo que ela não salte aos olhos. Transar para comprovar se ainda vive.






Tarantino curte o Último Tango e Império dos Sentidos. O resto são "wussy movies"...




No tempo da minha avó não tinha essas indecências (NOT!!!). 

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