23 de julho de 2011

Ricardo Darín um Coolzão Argentino



Coolzão, por quê? Por ser bróder do John Cusack. Por desempenhar sozinho no cinema argentino a função de Selton Mello, Wagner Moura e Lazaro Ramos juntos, 99% dos filmes hermanos de vulto saem com ele no elenco, ha! Porque ninguém fala palavrão com tanta integridade quanto esse homem. Pelas olheiras e olhar cansado, como um bulldog, que geram tanta empatia. Por já ter beijado dezenas de belíssimas compatriotas em cena. Porque o cara já virou diretor de cinema. Pois já virou marca, daquelas que levam um filme nas costas e multidões as salas de cinema.
Admiro muito Ricardo Darín, um legitimo coolzão. Um ator muito centrado e que mesmo em papéis menores consegue magnetizar a câmera para si. E não sei bem explicar o que é (esse não saber o que é é a base de ser cool) essa presença Darín em tela. Vai ver é o jeito que ele canta as mulheres, vamos aprender... Ou talvez a velha simples e efetiva simpatia (salve!), nada mais cool do que ser simpático. 
O cinema Argentino da última década foi tão bom que não ousaria considerar a atuação de Darín nesse cenário como o grande acontecimento, apesar de estar entre suas grandes atrações. Acho que daqui algumas décadas iremos visitar Buenos Aires e nos deparar com uma bela estátua do cara. Vamos a uma pequena seleção com a atuação do hermano. 

O Filho da Noiva - Filme simpatia, sabe? Difícil não se encantar (bem, os desencantados são numerosos). Abriu portas ao público geral para toda produção hermana que viria a seguir. O que me encanta nos filmes de Campanella são suas coleções de bons personagens e aqui temos um timaço. Norma Aleandro é incrível na sua atuação tocante. A cena da reconciliação de Rafael com sua amada contada através do videofone do prédio é uma composição de mestre. Sim, é um filme imperdível.

Abutres - Penso ser uma estória inusitada de amor em meio a uma guerra com pitadas de Noir. E que final arrebatador, uma porrada. Após a sessão vale ouvir Killer Cars do Radiohead. Corpos mortos e mutilados no meio de metal retorcido e os abutres circulando no céu. A briga é entre abutres, quem lidera o bando? Quem fica com as melhores carniças? Sosa se aproveita do mutilados para viver e no meio do seu caminho aparece Luján, a enfermeira para cuidar de suas feridas, todas elas. Acho que daria para encaixar essa narrativa tranquilamente para nossa São Paulo contemporânea. 

O Sinal - É um Noir e pronto (odeio neo qualquer coisa). Noir com pitadas tipicas portenhas: peronismo, milongas e Darín. E diga-se, um Noir visualmente muito classudo, filmado com economia mas extrema elegância e cuidado na recriação de época. Só peca por seguir a cartilha com um afinco que nem os inventores do gênero eram capazes. Faltou inovação de roteiro. Ponto para Darín, boa estréia na direção.

As Nove Rainhas - Toda a malandragem argentina. Um desfile de ladrões, corruptos, escroques, pungistas, estelionatários, falsificadores; a fauna mais comum e completa das grandes cidades. A primeira vista o enredo pode parecer elíptico e muito engenhoso, mas, no fundo, é bem simples. As pistas estão encobertas e há alguma espécie de presença invisível. A questão é: quem está passando a perna em quem? Acho que ficaria melhor sem a grande virada final, ficou "engenhoso" demais, mas vá lá. Divertido.

O Mesmo Amor, A Mesma Chuva - Amor vai chovendo e o tempo passando e a amargura pelo que perdemos vai acumulando. Alguma esperança. E o mundo vai girando: a maldita ditadura, a maldita guerra, a maldita economia. O tempo passa e onde fica o amor de Jorge e Laura? Todos torcemos que volte a chover e que eles se encontrem. O filme tropeça, poderia ser um romance memorável. Vi que vários críticos se sentiram pessoalmente ofendidos com o personagem que Darín interpreta (um crítico teatral corrupto), acho engraçado.

O Segredo de Seus Olhos - Merecidíssimo Oscar. Adoro as quebras de tom que Campanella imprime em seus trabalhos e que confunde tanto a cabeça de certos críticos caolhos para significados. E a cena no campo de futebol é esplêndida sim. Darín e Soledad Villamil (linda e elegante) fazem sempre uma grande dupla na tela. Alguns falam do noir mas a mim me toca a estória de amor latente e velado entre Irene e Benjamín (estórias de amores não realizados sempre me afetam). Até onde vamos por um amor que nos é tirado? Desses que não nos conforma, não nos deixa dormir por saber o que perdemos. Vingança, o mínimo. Pode levar tempo, pode haver uma maldita ditadura no caminho, pode haver isso que chamamos de justiça. Punir, o mínimo. Um filme que não tenta se vender, muito econômico, seguro e que não se impõem como importante, deixa ao espectador captar a importância que quiser dar. Assista.      


Seria incrível se o Tarantino chamasse o Darín para fazer papel de um assassino bom de carteado e galanteador.


Vó, nos seus tempos de baile vocês dançavam tango?
Não não, a gente dançava valsa. Era dois pra lá dois pra cá.
Mas e o tango Vó, tão bonito!?
Não...muita libertinagem. Muito rala coxa. No meu tempo num tinha essas coisas...
Tá certo.


20 de julho de 2011

ATARI TEENAGE RIOT


Benditos anos 90. 

Na linha de bandas com nomes enormes e pose de revoltadinhos como Rage Against The Machine, The (International) Noise Conspiracy, o Atari (ou ATR) é uma das melhores.
Começaram bem moleques para combater uma onda neonazista em seu país e socaram os ouvidos do mundo. Alguns integrante ficaram pelo caminho e cresceram. Hoje só dois integrantes originais carregam a bandeira.
Seu som é uma encruzilhada entre Nine Inch Nails, Prodigy, Hardcore do bom e um monte de bandas punk (escolha uma de sua preferência, a minha é The Clash) que me admira muitas vezes e em algumas me repudia, mas não paro de ouvir, uma coisa sadomasô (sentimento que todos que gostam pra valer desse tipo de som partilha mesmo que subconscientemente). Não ouvi o novo disco ainda, mas já gostei. Eu era bem moleque e perdi o show que fizeram em nossa terrinha.
Vamos lá, desce três porradas ai.


Vamos começar um clássico Revolution Action


Agora uma das novas Activate


E para fechar a ótima Too Dead For Me

18 de julho de 2011

8 de julho de 2011

Rockabilly in the movies Parte II



Descobriu-se que tudo teve origem numa explosão cósmica. Começou a Era Atômica, cá está a bomba H. Agora o ser humano tem um código. Órgãos mudam de corpos conforme a necessidade. Laika in the space with diamonds. O espaço sideral é um barato. A Europa começa a se reerguer de escombros. As peças da Guerra Fria começam a se posicionar. Tanques de guerra nas praças de Budapeste. US Marines desembarcam na Coréia que iria rachar. Tropas israelenses marcham para Gaza e Sinai. Os últimos resquícios do nojento colonialismo europeu derretem. Os negros ainda sentam nos fundos do ônibus. O exército tem de garantir a permanência de poucos alunos negros na Little Rock Central High School no Arkansas. Os brancos amontoam negros nas favelas de Joanesburgo. uma voz heroica começa a ecoar: Martin Luther King. Pelas ruas, o ápice da moda feminina, nunca mais superado em elegância e verdadeira sensualidade. Namorar no escurinho do cinema ainda era grande coisa. Topetes, milk-shakes e drive-ins. Criou-se a mais bem acabada e exportável síntese da cultura estadunidense que iria durar até hoje anunciado como um Éden perdido para todo o mundo: American way of life. Gene Kelly cantava na chuva no melhor feel good movie da História. As polegadas a mais no quadril de Marta Rocha. Uma caixa de luz começa a habitar as salas de todos os lares. Jack Kerouac pôs os pés na estrada. Jânio Quadros proíbe o Rock 'n' Roll. Finalmente colocam as mãos na Jules Rimet. Bossa, temos Bossa para exportar, Bossa para todos. O Senador Joseph McCarthy inquisidor. O medo reina. As pernas, o sorriso, o olhar de Marlyn Monroe. It's great to be young: no mesmo palco você vê Fats Domino, Jerry Lee Lewis e Buddy Holly. Os Teddy Boys e o Ed Sullivan. Os jovens da Rua Augusta e de Notting Hill. Barbudos marchavam por Havana cheios de promessas. The Goons provocam risadas incontroláveis em quem os escutam pelo rádio.
Os Anos Dourados. Os Anos 50.
Mais uma seleção de filmes que homenageiam o espírito da década feitos no calor do momento ou a posteriori como homenagem. Vamos a eles. 

Betty Page - Contradição é a palavra. A nação que produz incontáveis tonelada das mais loucas pornografias a combate e condena com a mesma energia. Uma estonteante e graciosa mocinha do interior muito bem resolvida com seu corpo apesar de uma criação familiar abusiva e a criação religiosa opressiva. Pin-Up, mulher cartoon, mulher de papel pronta a realizar seus desejos mais secretos, mulher que lhe captura inadvertidamente ao primeiro olhar. Gretchen Mol é um arraso (em todos os sentidos).

A História de Buddy Holly - Pena um bom filme como esse ser tão pouco comentado. O destaque vai obviamente para atuação de Gary Burey como Buddy holly. Sem dúvida, quando o avião caiu no milharal Albet Juhl e matou J.P. Richardson, Ritchie Valens e principalmente Buddy Holly, a música morreu junto. O primeiríssimo mártir do rock é um daqueles caras que nasce a cada milênio e chacoalha o planeta. Belo filme. 

A Fera do Rock - Antes de ser o primeiro clichê do rock, Jerry Lee Lewis foi o primeiro incendiário do ritmo. Lewis elevou a já alta temperatura do rock a níveis solares. Wynona Rider é musa. Jerry cumpriu seu papel, mesmo não tendo "cabeça" para conquista o mundo tinha músculos para virar lenda e ficar com sua garota (mesmo que ela tivesse 13 anos e fosse sua prima). O rock deveria ser feito por caras assim: incansáveis em sua rebeldia (com ou sem causa), escandalosos e quentes. 

As Sementes do Mal - Não é só por ser o primeiro filme de estúdio grande a usar rck'n'roll na trilha sonora e por ter o Sidney Poitier em início de carreira que está em nossa seleção. Adiantando temas que seriam abordados sem vigor em trabalhos como Mentes Perigosas e de forma cuidadosa e relevante com em Entre os Muros da Escola, As Sementes do Mal trata do assunto que mesmerizou a década de 50: essa nova espécie da fauna, o adolescentes. Jovens periféricos de megalópoles que não terão um futuro brilhante mesmo que se esforcem muito. Pobres, imigrantes/emigrantes, deliquentes e muito mal visto vandalizando e mandando na instituição de ensino que frequentam. "O" campo de batalha contemporâneo: as salas de aula. Lembro dos meus anos de escola...

A Gang da Pesada - Trata sobre o fim de uma geração. Essa molecada perdida nas ruas vai enfrentar tempos muito piores pela frente: o crime vai se organizar cada vez mais; a guerra num país do sudeste asiático está chegando; a morte de um presidente querido televisionada ao vivo; as namoradas engravidam e a música já não é mais aquela. no mesmo ano de The Warriors saiu essa outra pérola (tem sim seus problemas de ritmo ainda sim é um bom filme) sobre o universo das gangues de Nova York no começo do anos 60 que não perceberam o fim da era topete e brilhantina...os cabeludos estão chegando. 

Os Cowboys de Leningrado vão para América - Mas onde está o Rockabilly? Em cada fotograma do filme, e não estou falando dos topetes monstruosos. Uma maravilhosa comédia surtada ou um estudo sobre o totalitarismo cultural estadunidense? Os dois e muito mais. Penso nesse filme como sendo um irmão de Isso é Spinal Tap, muitos o consideram superior a Blues Brothers, se é melhor não sei mais é incrível. Participação de Jim Jarmusch como sucateiro vale um ponto a mais. Percebe-se a origem nórdica do filme pela frieza em cada quadro mesmo tendo um coração pulsante que é o hilariante (involuntariamente) e mão de ferro empresário da banda Vladimir. Ele vale o filme. 


Tarantino já pensou em colecionar Cadillacs, mas decidiu colecionar jogos de Play 3.


Minha Vó acha que os namoradinhos só davam mãozinhas e dançavam no bailinhos dos anos 50...inocência é uma benção. 

6 de julho de 2011

AUTORAMAS

É só uma das melhores e mais importantes bandas brazucas da última década e por ser independente e não pagar jabá ou puxar saco de produtores mafiosos não tem o reconhecimento que merece. Para mim são no mínimo heróis. Gabriel Thomaz está entre Quixote e Odisseu. Já capitaneou a maravilhosa Little Quail and the Mad Birds (se não ouviu ouça agora). E como não respeitar uma banda que cultiva seu som vitaminado misturando Roberto Carlos dos anos 60 com Devo?!  Um dos melhores shows nacionais que fui na vida foi proporcionado por essa banda. Já tiveram algumas formações (sempre quem roda é a garota do baixo), mas mantém o espírito sempre. No acústico ou no plugado e distorcido os caras arrebentam. Ouçam muito. 


Começando com um clássico Você Sabe


Sen-sa-ci-onal...cover acústico de New Order: Blue Monday


Outro Crássico A 300 Km/h

1 de julho de 2011

Rockabilly in the movies Parte I


Lá vou eu atrás de minhas obceções...

Gosto de tudo sobre o Rockabilly: a música, vestimentas, memorabília, as festas e todos os elementos estéticos. Psychobilly também, The Cramps é uma das melhores bandas da galáxia. E encaro o Rockabilly como uma cultura urbana antropofágica, assim como o hip-hop e tantas outras com seus códigos e rituais. Talvez seja uma das únicas manifestações culturais de apreço ao saudosismo que me desperte admiração. Está em sua raiz a busca por uma tradição que me agrada mas me assusta no apreço doentio pelas máquinas e quando vejo elementos descontextualizados (como bandeiras dos Confederados estampando paredes de festas em países miscigenados como o nosso).  
E vou ser sincero, os fãs de Rock'n'Roll (seja lá qual gênero for) tem essa mania besta de querer renovação constante. Não tem qualquer apreço por tradição. Eu considero rock o som que se fazia com a guitarra e contrabaixos de mais ou menos 1954 (mas já com ecos nos anos 40) até 1962 no máximo. Depois disso virou outras coisas, sem problema nenhum, por quê tudo tem de ser rock? Se liberta.
Muitos falam do punk. De como CBGB'S foi um irradiador de gritos de fúria contra o mundo e de como tudo veio abaixo quando jovens ingleses começaram a gritar impropérios em meio aos salves à rainha e se esgoelavam em meio ao lixo das ruas como não havia futuro. Blá, blá, blá  de como isso tudo chocou e colocou o jovem em outro patamar no mundo.
Há! Tudo isso é historinha para embalar nenê em comparação ao que a molecada dos anos 50 fizeram com o mundo, literalmente com o mundo. Marlon Brando em cima de uma moto de camiseta e um perfecto preta...terremoto de 9,6 na escala richter. Cada sacudida de pélvis de Elvis era uma explosão atômica. Bill Haley e seus Cometas eram os responsáveis de todos as desgraças da humanidade (de promiscuidade até o comunismo). Todo esse "movimento" foi orgânico, macro e respondia anseios impossíveis de classificar e bem visíveis a olho nú. Os anos 50 democratizaram a rebeldia que estava restrita às boemias das metrópoles e a dividiu com o mundo inteiro.
O cinema foi e é bem econômico ao representar o mundo do rockabilly das antigas e o atual, merecemos mais topetes e pin-ups nas telas grandes.
Uma primeira lista de filmes feitos no calor da hora ou que vieram posteriormente para prestar homenagens.


Deuce Of Spades - Olha sentimentalismo é bom, só não perca a mão como fez Faith Granger fez em sua premier. Tem algumas imagens lindas é verdade, mas tem uma hora que a câmera lenta fica cansativa. Essa ego trip de Faith Granger não consegue homenagear os tempos áureos do melodrama como fez nick Cassavetes há alguns anos. Existe ali inegavelmente lampejos de belas construções estéticas (a cena do hot rod no deserto infinito) mas falta largamente em conteúdo. Um roteiro chato e mega previsível. Só vale de curiosidade e pela beleza de Alexandra Holder.

O Selvagem - Bem, que o Marlon Brando é ícone para quase qualquer coisa não é novidade e não seria diferente para os rockers. Quer saber como um rockabilly boy tem que se vestir e portar? É só chegar ao fim  da sessão desse filme. Não consigo deixar de pensar em Johnny Strabler como uma espécie de avô para Alex DeLarge. Além de Mr. Brandon temos outro ícone com quem troca sopapos o senhor Lee Marvin. Feito no calor do momento da delinquência juvenil que assolavam as famílias de costumes estadunidenses o filme não se esquiva muito e mantém até o fim um tom melancólico e fatalista. Tem imagens lindas como quando Johnny leva Kathie por uma alameda de chorões e tasca-lhe um  beijo. Vale uma espiada. 

Johnny Suede - Decadence avec elegance, certo!? Brad Pitt no começo da carreira e com um topete do tamanho de um arranha céu. Tem o lendário Nick Cave que por si só é sempre um acontecimento. Gosto da filosofia de Johnny: "Boa música não tem época". johnny vive na região mais pobre e sem esperança da cidade e se agarra a uma tradição remetendo a tempos aparentemente mais simples e esperançosos. Daí as escalas pentatônicas e os sapatos de camurça preta. Johnny é um ser deslocado no tempo e ninguém o compreende e ele não compreende ninguém. Lá pelo meio do filme (mais ou menos na cena em que Samuel L. Jackson aparece) você se pergunta: "Puxa, como esse filme não virou um clássico?" Depois de assistir ao final bobo, apressado e no mínimo estranho você entende. A trilha sonora é ótima.

Juventude Transviada - A idade em que nada se encaixa. Quer conhecer a geração que criou o rock e colocou a juventude em primeiro lugar no pódio? Uma das melhores respostas está nesse belo e lendário filme (um filme profético de certa maneira se se pensar no destino de seu protagonista, James Dean). Repare na participação de Dennis Hopper como membro da gangue. O filme é um prato cheio para simbologias psicanalíticas (cargas homoeróticas, complexos de Édipo do avesso, as cores simbolizando o destino e o caráter dos personagens). Natalie Wood  é linda de morrer. James Dean é uma figura magnética e muito melancólica. Filme que influenciou um lista de obras que vieram posteriormente: vai de De Volta Para Futuro á Gladiador; duvida!? Está tudo ai, só não vê quem não quer. um filme tão definidor de uma geração quanto foi o Clube dos Cinco para os anos 80.
Cry-Baby - Esse não entra na categoria de musicais que não me irritam, entra na categoria musicais que eu adoro. O próprio John Waters admite esse é O seu musical. Johnny Deep engatinhando nas telonas e já tirando o fôlego das moçoilas. E, claro, tem o Iggy Pop o que sempre dá um ponto a mais para a obra. E não podemos deixar de frisar que é uma comédia competentíssima, tem cenas hilárias. Mesmo sendo uma produção comportadinha para grife Waters tem lá sua bizarrice quando Allison toma seu copo com lágrimas. Imperdível!

O Garoto de Liverpool - Os beatles podem ser a maior banda de todos os tempos, mas não fosse Buddy Holly e Elvis Presley os garotos John e Paul só poderiam vislumbrar trabalhos na zona portuária de sua cidade. The Quarrymen eram rockabilly até o osso. Sam Taylor-Wood acertou em cheio ao retratar garotos que precisavam explodir e encontrando um veículo para isso nos acordes que chagavam do outro lado do Atlântico. Sinceramente, a relação tumultuada relação de John Lennon e sua tia não me interessa muito, me interessam sua influências musicais e nisso sua parca relação com a mãe foi determinante. 

Tarantino sempre que pode homenageia essa brilhante década, vamos destacar, em Pulp Fiction, a cena 

Para minha Avó os bons tempos não voltam nunca mais.