25 de novembro de 2011

Masmorras e Dragões

Minas Trith by Lord Of The Rings on Grooveshark

Um mundo fantástico. Raças diferentes dividindo e disputando esse mundo. Espadas, jornadas e feitiçaria. Um grupo de aventureiros com um destino a cumpir. O swashbuckler. os dragões cruzando o céu. Trolls nas cavernas. Cristais poderosos. Deuses ferozes. Exércitos às portas do Castelo. Ilhas voadoras. Machados arremetendo contra estudos. A eterna luta de luz e trevas.
Seja rolando os dados, apertando botões do controle do videogame ou assistindo um bom filme se aventurar por uma terra imaginada com um grupo de aventureiros é algo bem prazeroso, aos corajosos, claro.
A Odisséia (aquela do Homero) está na gênese de qualquer trama que se desenrole nesse cenário afinal, o quest, seja ela qual for, é a força motriz e a razão de ser dessas narrativas.
A quem ache que no campo da representação cinematográfica o gênero Espada e Feitiçaria seja o primo mais pobre em termos dramáticos, o que é uma idiotice. Está tão sujeito a clichês e má conduções quanto qualquer drama sobre o homem contemporâneo, e quando a aventura fantástica acerta na mosca tem tanto valor quanto qualquer indagação filosófica. No geral qualquer sessão da tarde pontuada por algum desses filmes será muito prazerosa. Nos anos 80 houve um boom de filmes de gênero. 
E não, Senhor do Anéis é muito óbvio e merece um post próprio.

Krull - Mesmo sendo uma adaptação de HQs da Marvel, as opções estéticas capitaneadas por Peter Yates aproximam Krull muito mais dos quadrinhos de fantasia europeus. Sua grande fraqueza não está , como poderiam pensar os mais apressados, nos efeitos especiais desatualizados (estes dão até um toque nostálgico a produção), mas antes na atuação sem carisma de Ken Marshall e Lysette Anthony e do desfecho apressado e anti-climático cheio de mortes gratuitas. Inda sim a odisséia de Colwyn é empolgante e o grupo de aventureiros é convidativo. Quer assistir? Clica aqui

O Dragão e o Feiticeiro - A batalha mais clássica da fantasia medieval, a cena da briga de Galen e Ulrich contra a fera é verdadeiramente grandiosa e empolgante. Fiquei surpreso com as cenas levemente gore para uma produção Disney. Virgens virando lanchinho  para filhotes de dragão. Um rei sacana que leva a fama. Um guerreiro com uma lança mata-dragão e belos horizontes. Quer assistir? Clica aqui

O Ladrão de Bagdá - Douglas Fairbanks seu abdômen tanquinho e seu bigodinho indefectível, uma combinação que causa tesão até os dias de hoje. Cenários e figurinos oníricos casam com perfeição nessa aventura por uma "Ásia" imaginária. A tanta coisa para olhar na tela, uma produção tão requintada visualmente (com aquele necessário pezinho no kitsch), além, é claro, das divertidas atuações exageradas, um prato cheio. Tem certeza que quem viu esse filme em 1924 deve ter pirado depois de assistirem homens voando em tapetes e o Ladrão voando no pégasos. Essas imagens ecoaram por décadas. Quer assistir? Clica aqui

A Lenda - Primeiro, Mia Sara linda para os meninos. Segundo, Tom Cruise novinho para as meninas e simpatizantes. A direção de arte se faz sentir pela produção requintada a e acertada para fantasia de Ridley Scott. A motivação e a conclusão do roteiro para a aventura pode até ser brega, mas que execução. A mais pura e bela fantasia medieval traduzida em sétima arte. Não sei se é o demônio mais feio do cinema (referência a Haxän) mas certamente é o de maiores chifres. O grupo de aventureiros liderados por Jack é ótimo e cheio de humor. Quer uma amostra grátis? Clica aqui

Willow, Na Terra da Magia - Se você teve  a oportunidade de ver essa pequena pérola da aventura numa sessão da tarde nos anos 90 sinta-se privilegiado. O par de vezes que vi isso numa tarde meu dia ficou mais legal e minha mente juvenil ficou mais ampla. Mas sem qualquer efeito da nostalgia Willow é um grande filme, sem trocadilhos...resalvas? Talvez a história demore um tanto a engrenar e empolgar, mas a metade final é de tirar o fôlego. A batalha com o dragão de duas cabeças é uma pérola. Quer assistir? Clica aqui

O Cristal Encantado - Esse filme tem fãs ardorosos. Em alguns momentos lembra até os trabalhos de Jan Svankmajer, ná não!? Chega a ser tão atordoante quanto em certos momentos. Jim Henson é muito bom na hora de animar os bonecos feios e assustadores, já na hora da fofice fica chato. E sim, as crianças tem de assistir imagens que as apavorem e depois imagens que as aliviem portanto, não acreditem nesses avisos para não mostrá-lo para os pequenos. Que amostra grátis? Clica acolá

Tarantino acha fantasia medieval pouco urbano para seu gosto pessoal. 

Esse post é dedicado aos inestimáveis Gabriel e Thadeu que visitaram comigo terras estranhas em batalhas épicas. Valeu molecada!    

23 de novembro de 2011

FRIENDLY FIRES - PALA

E ai, qual foi o disco que mais te divertiu esse ano? Não tô falando daquele negócio manjado de melhor do ano, tô falando de sons que te arrancaram sorrisos e te fizeram ouvir até furar... Esse disco tem uma nostalgia, uma saudade de algo que não se viveu, um sentimento que me acomete diversas vezes. Para mim, é admirável como o Freindly Fires abraça o rebolado desajeitado e se joga na pista.  Adoro esse "samba" de gringo. Enquanto tá todo mundo enfazadinho reclamando que hoje em dia isso e aquilo quem gostas do FF tá se divertindo horrores. Vem comigo e divirta-se!

Então vem e dance por todas as baladas que você perdeu no passado e no futuro com Live Those Days Tonight


E agora, para dar vontade de ir para praia com Hawaiian Air


Poem aquele empoierado cassete para rodar e dance com Blue Cassette

21 de novembro de 2011

11 de novembro de 2011

O Medievo Parte I



Não vou ficar aqui gastando meus poderes de historiador. Quem quiser saber de factoides e interpretações balizadas sobre o período que se debruce sobre a historiografia básica, aqui vale como o cinema enxerga esses anos. 
Particularmente, após minha graduação perdi um pouco do interesse que tinha pelo medievo. Na real, perdi a inocência e entendi que essa época foi bem mais, sonolenta, suja e sangrenta que eu pude supor (qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência). 
Metade do planeta vivia oculto sem as imposições e doenças que os homens das cruzes e caravelas iriam trazer futuramente. Aquilo que chamamos de Europa passou mil anos sob a égide da cruz tendo todas as instâncias do existir regulada (relações pessoais, tempo, arte e pensamento), o que não quer dizer que toda sorte de putaria rolasse adoidado. E sem se enganar, Idade das Trevas é o cacete! Taí a arquitetura gótica, a medicina árabe, a música gregoriana, as acadêmias que não me deixam mentir. A tão amada Renascença já estava em gestação há séculos.
Agora vamos a seleção só com filmaços. Aproveita que quase todos estão no youtube. Coragem e clica nos links.

Conquista Sangrenta - O sangue da guerra e a carne dos corpos sendo possuídos. Quase uma fantasia medieval e, portanto, mais apurado em demonstrar a História sem ater-se a "fatos". O crepúsculo de uma era brutal apontando para uma mais brutal cheia de pólvora, ciência e lucro. O enredo clássico da princesa em perigo no castelo subvertido pela direção de Paul Verhoeven que não se furta a mostrar de homossexualismo a coersão e traição política. Jennifer Jason Leigh linda, Rutger Hauer durão como sempre. Uma bela sessão da tarde. Quer uma amostra grátis ? Clica aqui.

Häxan, A Feitiçaria através dos tempos - Não consigo imaginar o impacto que tenha sido assistir isso em 1922...uma hecatombe. Sinceramente nunca vi demônios representados de maneira tão assustadora quanto nessa película. E apesar de tudo isso é um filme cheio de ironia e, porque não, de humor. Acho que o Diabo aprendeu novas maldades com os homens medievais. Sujo, triste, profano, cínico e quase científico (ha!) e, acima de tudo, um filme imperdível. Quer assistir? Clica aqui.

Leão no Inverno - A guerra pelo trono. As batalhas decisivas não se dão com espadas e escudos nos campos enlameados de sangue, elas ocorrem em cortes, com palavras e posturas. Henrique II abandonou a espada, as fronteiras de seu reino nunca estiveram tão largas e seus maiores inimigos tem seu sangue nas veias. Sob artilharia pesada das maquinações de suas mulheres, filhos e de um rei rival, Henrique II tem de gestar sua sucessão. A comparação com Lear não é gratuita, mas é descabido pois Henrique não está sendo enganado, ele sabe jogar. O trono de Henrique, na poderosa interpretação de Peter O'Toole, está assentado em ressentimentos e cobiças. O trono, e tudo o que ele representa, é o único objetivo e não importa quem ficará pelo caminho. Belíssimos cenários, atuações e diálogos afiados. Imperdível. Quer assistir? Clica aqui.

Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo e tinha medo de perguntar - Em específico falo do trecho "Os afrodisíacos funcionam ?". Há várias esquetes hilárias nesse filme, em "Os afrodisíacos..." Woody Allen é o bobo da corte sem graça que morre de tesão pela rainha e para chegar a sua alcova ele fará uso de afrodisíacos. E ai não falta para ninguém, Woody Allen alopra Hamlet, o amor cortês, a sexualidade de sangue azul e, a melhor de todas, com a Renascença. Ah, os anos 70! até as comédias eram incríveis. E vamos ser sinceros, a era medieval foi uma grande piada. 

O Martírio de Joana d'Arc - Se você nunca viu esse filme tu não sabe o que é uma atuação marcante. Esse é um daqueles raros filmes que é um imenso privilégio para o espectador que o viu. Olha, particularmente, tenho problemas com filmes cheios de closes, mas o trabalho de Carl Th. Dreyer é algo imortal, e a atuação de Renée Falconetti é algo sobrenatural. É chover no molhado afirmar esse como um dos grandes filmes da História. Dreyer estava fazendo cinema de forte aspiração metefísica. Suas câmeras elevando Joana aos céus, a forma de enquadrar rostos em vez de corpos para contar a paixão dessa menina. Os cenários austeros e, mesmo em p&b, uma aspiração renascentista. Absolutamente imperdível. Quer assistir ? Clica ai.

A Fonte da Donzela - Há um peso, um pecado sob os ombros de todos os personagens. Me impressiona na Era Medieval, um período de religiosidade absoluta, ser o período mais difícil em se enxergar Deus. Bergman produz um filme pesado e escuro, sua única personagem luminescente sofre e é morta de maneira bárbara. O espaço para remissão e condenação dos pecados está lá, e o desespero de Töre urrando por seu deus também. No embate entre Odin e o recém chegado deus semita quem perde são seus adoradores. Quer assistir? Clica aqui.

Tarantino gosta de se imaginar como um bárbaro visigodo antes de dormir.

-Vó, acho que eu vou fazer uma tatuagem no braço...
- O QUE!?!?!?!
-...Eu disse que ia mudar a linguagem do pedaço...
O QUE!?!?!?!
-...Nada não Vó, nada não...
-...! (ela me vira com um olhar que fulminaria um Templário)

9 de novembro de 2011

THE TOY DOLLS

Maluquice e bom humor. Está ai a melhor arma punk contra a polarização boçal que assola o mundo. O Toy Dolls quebrando aqueles que acham que os punks só conhecem três acordes. Quinze anos antes de trios punks engraçadinhos saírem da terra do Tio Sam, Olga e sua trupe arrancavam risos anarquistas na terra da rainha. Eu burramente perdi o show dos caras, mas o youtube ta aí para amostras grátis.

Vamos começar Nellie the elephant


Agora os caras detonando com James Bond lives down our street


Dig the groove baby, Bêbe! 

7 de novembro de 2011