27 de janeiro de 2012

Cowboy Bebop

Eu gostaria que as linhas seguintes tivessem a efetividade e autoridade de uma tese de doutorado para provar a todos que Cowboy Bebop é a melhor série animada de todos os tempos, mas isso seria uma bobagem. Os atributos positivos da série falam por si só: a trilha sonora classuda; a abertura mais empolgante de todos os tempos; momentos verdadeiramente hilariantes; as abundantes e bem escolhidas referências que vão de Tom Jobim a Queen, do Western ao Noir, de Bruce Lee a John Wayne, de maconha a Máfia, de Django a Foxy Brown; o trabalho embasbacante e cuidadoso com detalhes dos animadores; o personagem mais cool do anime: Spike Spigel; todas as incríveis homenagens à década de 70. Soma-se a tudo isso um longa metragem que beira o impecável, e quem diria que Bob Dylan daria um ótimo vilão de animação.
A criação de Keiko Nobumoto, dirigida por Shinichiro Watanabe, é capaz de agradar plenamente fãs de cyberpunk, aficionados por comédias, fãs de western, máfia e viagens espaciais. Os personagens transitam por todos esses cenários e não ficam presos a nenhum pois a força da série está em suas sinas e em como reagem as circunstâncias.
A estrutura narrativa da série, com capítulos curtos de estórias fechadas, permite que se veja qualquer capítulo sem que se prejudique o entendimento, mas assisti-los na sequência correta torna a experiência muito mais completa e complexa. 
A série pode até carregar Bebop no título só que o espírito da odisséia de Spike, Jet, Faye, Ed e Ein poderia ser contada num blues, daqueles bem melancólicos. 

Capítulos como Pierre Le Fou renovam a fé em uma inteligente e, com o perdão da palavra, pós-moderna saga de ação noir. 
Não é só a série, o longa metragem é um primor, melhor que 90% dos filmes de ação já feitos.
Cowboy Bebop é uma obra que reflete a esperteza de seu criador e executor, Keiko Nobumoto e Shinichiro Watanabe, respectivamente, amalgamou elementos caros as suas preferências estéticas e saudosistas dando uma roupagem que agradace a qualquer um, mesmo quem é incapaz de identificar as referências e inspirações. Pois, afinal, quem não ama uma boa aventura cheia de ação empolgante e personagens transbordantes em carisma?  Cowboy Bebop renova a fé na boa e velha história de ação e aventura. Assista já!!!

Cá está a abertura mais incrível de todas...


O final da saga. Assista por sua conta e risco 


See You Space Cowboy!

26 de janeiro de 2012

J C Brooks & The Uptown Sound

Aqueles capazes de manter a chama acesa de uma tradição musical acrescentando e reinventado suas bases merecem nota. J. C. Brooks está ai para chutar as bundas medrosas desse chamado neosoul. Sua postura de reverendo elegante arregaçando um gospel no palco é de matar, e sua banda de apoio não deixa por menos e faz suas pernas saírem do controle. Não se reprima e dance, espero que esse cara faça sucesso, e que venha logo ao Brasil...


Vamos começar destroçando corações com I Am Trying to Break Your Heart


O Reverendo JC Brooks espalhando as notícias ruins com Baaadnews


E pra fechar Baltimore is the new Brooklyn

13 de janeiro de 2012

NOIR

Já disse que Animê é  coisa séria. Essa incrível série séria é viciante para quem quer boas estórias ou ação desenfreada. Com citações diretas a Dostoiévski e Lewis Carrol e muito existencialismo essa dupla de assassinas profissionais vão cruzar o mundo para saber de suas origens e destinos.
A ação é frenética, não raro os tiroteios são apresentados como um balé extremamente empolgante e inventivo, e prima, por vezes, pelo realismo, mas no geral é a diversão que vale. 
Uma nota para o trabalho de animação do Estúdio Bee Train: os cenários são deslumbrantes, vão de lindos vitrais de catedrais à Paris e Moscou a intermináveis florestas de bambu. É inegável o primor do trabalho artístico na composição de cenários porém, desagrada muito o design dos personagens, muito infantilizados e bem pouco detalhista (atente principalmente para o trabalho das expressões faciais geladas e sem expressividade). O "trabalho de câmeras" surpreende, os ângulos de foco escolhidos pelo diretor acentuam sempre a horizontalidade enfatizando os cenários sublimes. Melhor assim, sem close-ups. 
Os elementos clássicos de histórias de assassinos profissionais estão lá: conspirações, personagens sem passado, pessoas que vivem e morrem pela arma, tem até aquele tom lesbian que todo mundo gosta, não é mesmo!? Só que algo no tom místico dado nos capítulos que fecham a série tiraram a força do enredo que vinha sendo tão bem construído. Muitos irão falar que eu deixei de gostar da fase em que esse Animê adquiriu os contornos mais característicos da cultura estática das animações japonesa e me bandeei para a primeira parte da série que exibe características mais ocidentais; essas pessoas estão certas.
Enfim, não entra para o panteão em que se encontra Cowboy Bebop, Evangelion ou as animações de Hayao Miyazaki mas quase chega lá. Imperdível!

Uma amostra 


Agora um belíssimo clipe com imagens ótimas da série (se você não curtir o som fique só com as imagens)