7 de fevereiro de 2011

Despite all my Rage...


Há certos filmes que são absurdamente bem sucedidos em retratar a situação do sequestro ou de se estar cativo. São bem sucedidos por demonstrar a impotência de seus personagens, mas principalmente por capturarem os espectadores e os manter cativos até o fim da película. São filmes que, quando bons, sabem mexer com a incapacidade de reação efetiva e aproxima muito da situação de se ter uma arma apontada para sua cabeça. Particularmente, tendo a adorar esse tipo de filme por focar as atenções para poucos personagens num período de tempo bem recortado e em um único ou poucos cenários. Esses filmes são extremamente bem sucedidos quando não tentam se explicar e acentuam para o espectador a sensação de desorientação que o capturado passa muitas vezes sem nunca obter respostas para sua condição. 
Um sonífero, pessoa acordando desorientado em um lugar completamente estranho, respiração ofegante, gritos, choros e, geralmente um plano, que vai se revelando pouco a pouco. Pode ser com um empresário rico brasileiro ou com uma garotinha austríaca a violência a que uma vítima de sequestro é submetida é brutal. 
Filmes ratoeira / armadilha / Cativeiro. Vamos lá, aperte o play...


Um Barco e Nove Destinos - No meio da II Guerra Mundial Hitchcock gestou essa pérola de filme. Uma parábola representativa da ascensão e queda do nazismo. O perigo de se ser tolerante com o fascismo. Deixá-lo em nosso barco trará um numero de vítimas insuportável.

O Silêncio do Lago - A vítima, o captor e quem sofre pela vítima. Um filme magnífico. Aterrador sem verter uma gota de sangue. A sugestão e a supressão da imagem angustia muito mais que o gore. A curiosidade mata. Até onde ir para saber da verdade, e viver com a dúvida, vale!? Papai é um herói e um monstro, mas um cidadão respeitado. Raymond avisou que está nos livros de ciência: Sociopata. Uma atuação arrepiante de Bernard-Pierre Donnadieu. E eu perguntaria para o distribuidor e o tradutor do filme no Brasil: Que Lago é esse, Meu Deus!?

O Cubo - Esse filme é clássico. Inspirou muita gente. O que eu mais gosto em relação a esse trabalho é o fato de ser um filme que não se explica, até porque a premissa é tão inusitada que qualquer justificativa não menos que extraordinária seria péssima. Nos contentamos com meio e fim. Uma pena as continuações sem o menor impacto. Atores fraquinhos, mas a premissa é tão interessante que vê-los tentar resolver esse cubo mágico da morte compensa.

Por um Fio - Muito bom esse filme. Inspirador direto de Jogos Mortais, mas sem o final bombástico promovido por Jigsaw. Stu vai morder a isca rapidamente, ele que se acha tão esperto é tãoooo fraco. Merece passar pelo purgo. Não interessa os porquês de Stu estar na situação, importa sair dela o mais rápido possível e com o menor numero de corpos no chão.



Quarto do Pânico - A premissa era ótima e a execução foi bem empolgante, mas que final frouxo. Puxa, não me venha com bandidinho bondoso e arrependido, é demais, ninguém com o mínimo de inteligência compra a idéia. Mas a queda de braço e a inversão de papéis entre captor e capturado são os pontos altos da película.

Jogos Mortais - Um dos filmes mais influentes da última década...Duvida!? É só  reparar nas centenas de filmes que saíram no mundo todo com o selo de Torture Movie. Não fossem as continuações caça níqueis teria virado cult. A idéia do primeiro era ótima e realmente assustadora. Lembro de todo mundo saindo abismado e em silêncio do cinema. E que final ótimo. Todos que viram na primeira vez foram capturados e buscaram sem descanso a fuga. Mas seu captor tem tudo sob controle e que te dar uma lição. Final feliz não é uma opção. 

Os Estranhos - Vi gente se retorcendo na cadeira até o final da sessão. Um filme angustiante por usar o susto puro em vez da violência incessante. Ser refém no próprio lar. A paz vai morrendo pouco a pouco dando lugar ao entendimento de que se está preso, e quem te prende vai hesitar ao máximo em acabar logo com esse martírio. Esse é para ficar com muito medo quando ouvir um barulho na casa de campo. 

Enterrado Vivo - Sentimos muito Paul. O problema de Paul é que ele era apenas um numero de seguro social. Seu problema era ser trabalhador e pai de família e só querendo um dinheirinho para se sustentar. Seu problema é um numero de telefone no meio do deserto. Tá ferrado. A empresa para quem ele trabalha, e veste a camisa, e seu governo inventor de guerras vão bem obrigado. Já Paul...Quem mandou Paul!? Ter esperança, acreditar em recompensas. Eles não se importam. Se vira. Nesse mundo completamente conectado estamos todos enterrados vivos na hora que precisamos urgentemente de ajuda. Pode gritar...


Se você for enterrado vivo use a técnica do Pai Mei, vai que dá certo. Dica tarantínica!

Minha Vó acha que essa onda de sequestros é sinal do fim dos tempos e de que o Anticristo está entre nós. 

2 comentários:

  1. Olá, sou um dos podcasters do SextaCast, estava a procura de novos filmes, e acabei chegando ao seu blog, e mesmo já conhecnedo a a maioria da sua lista, ainda encontrei algumas raridades como silencio no lago, e o estrangeiro, me despeertou pelos seus comentarios diretos... bom trabalho. valeu.

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  2. Disse o estrangeiro, mas é os estranhos.

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