11 de fevereiro de 2011

Filmes e Gibis e vice-versa Parte II



Mais uma singela seleção de películas adaptando obras da Nona arte para as telonas. Vamos continuar um pouco longe de filmes da Marvel ou da DC Comics (falaremos de alguns deles em outras oportunidades). Lembrando sempre do trabalho ingrato que é adaptar uma arte de possibilidades infinitas como as Histórias em Quadrinhos (como já vociferou o Mago Maior Alan Moore) para qualquer outra forma de arte, mas não vamos esquecer nunca a atração fatal e inescapável exercida em nossas mentes pelas imagens em movimento. Como um admirador irrestrito e irredutível da Nona Arte, e sabedor de sua superioridade artística, tendo a assistir suas migrações para outro veículos com simpatia e paciência e acabo por te mais alegrias que tristezas. Recomendo o mesmo a todos... 
E, nesse campo, a coisa que eu mais queria ver na telona era O Dobro do Cinco do Mutarelli. Com certeza seria demais. Aguardemos...

Corto Maltese: Corte dos Segredos Arcanos - Corto, um cigano, um marinheiro. O personagem mais elegante a estampar uma página de quadrinhos ou uma tela de TV ou Cinema (tão elegante que já inspirou coleções de alta costura no velho continente). Corto vaga pelos últimos momentos do Romantismo. Ao lado de Rasputin e citando Rimbaud ele cruza e testemunha a gestação das maiores revoluções do século passado. Corto é um herói (?) melancólico, o romantismo esta acabando. A Era da Técnica e o avião que ressabiou Corto se impõem. Corto esta na intersecção exata entre a Era das Revoluções, do Capitalismo e dos Impérios. Corto Maltese é Arthur Rimbaud, é Blaise Cendrass e James Bond. Ele descobriu o mundo quando ainda havia mundo para descobrir. 


Ghost World: aprendendo a Viver - É, Scarlett Johansson é uma bela atriz ruim desde sempre. Mas o Steve Buscemi sempre compensa. Tem Skip James na trilha sonora, três pontos positivos. Alguns anos antes de Napoleon Dynamite vem esse humor negro de comédia enfileirando muitas referência de cultura pop e tosqueira pop e focando de forma clara e clássica os outsiders da América (mostrando que eles são legais, tem coração e erram como todos nós) sem esquecer de ironizar absolutamente o pedantismo e o politicamente correto da pátria. Quer entender sobre arte moderna? É só ver as aulas de arte de Enid, hilárias. Mas Enid é uma egocêntrica chata...


O Máskara - Pois é, dos quadrinhos para Sessão da Tarde. O alvo do filme é o público infantil e a família reunida Domingo de tarde. E, talvez, nenhum filme tivesse tanto contexto para o senhor Jim Carrey exercer suas infinitas caretas. Claro, a carga de humor negro, violência e crueldade do personagem principal, nos quadrinhos, foi bem diminuída para caber numa filme pipoca. Ainda sim é extremamente divertido.


As Tartarugas Ninjas - Cara, foi um fenômeno o que esses personagens foram no começo dos anos 90. Não tinha menino que não gostasse. E não sem motivo: personagens bizarros e extremamente improváveis, pizza, artes marciais e nonsense. Foi desenho, bonecos, videogames e, claro, adaptações cinematográfica. Tudo extremamente bem sucedidos. Toda essa onda derivava das HQs originais que tinham uma ambientação muito mais sombria e violenta do que chegou aos olhos dá molecada, mas está valendo. Mesmo com as fantasia meio capengas para meninada de hoje ainda é diversão na certa.


Anti-Herói Americano - Décadas antes dos realities shows um senhor ranzinza pacato, colecionador compulsivo de discos e morador de algum sovaco dos EUA resolveu compartilhar toda sua intimidade para o resto do mundo através dos quadrinhos. Nessa representação cinematográfica (que confunde biografia com adaptação de obra) temos uma simpática homenagem a Harvey Pekar (e que interpretação incrível de Paul Giamatti). Filme imperdível.


Hellboy II: O Exército Dourado - A atuação de Ron Perlman e a espetacular direção de Guillermo Del Toro sustentam esse filme. Não sou fã dos quadrinhos (nem dos filmes), o enredo é aquele de sempre, mas o trabalho visual do filme é de encher o olhos. Del Toro encanta: seus monstro e cenários ao mesmo tempo atraentes e repulsivos, suas engrenagens e simbologias religiosas. Sem falar que o elfos desse filme são extremamente elegante e assustadores (atente para as cenas de luta protagonizadas por Príncipe Nuada maravilhosamente bem coreografadas). 

Tarantino nos deve uma adaptação dos quadrinhos. Talvez de um Mangá...Quem sabe!? 

Minha Avó se esborracha de rir vendo o Máskara e acha graça nas Tartarugas, mas não entende muito bem como é que elas aprenderam karatê... 

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