6 de agosto de 2010

Sangue, niilismo e lágrimas

A lâmina fende a pele. Do pescoço jorra o viscoso líquido vermelho. O sangue abre rios e afluentes no chão. O terror francês. E nem estamos falando de 1794 e dos partidários da Montanha. Na ultima década os conterrâneos de Gainsbourg, De Gaule e Carla Bruni, fizeram um estrago no mundo do cinema levando seus espectadores a experiência excruciantes ao exibirem filmes de horror para Dario Argento nenhum botar defeito.
O cinema de horror (junto com o pornográfico) é o que move mais fácil e rapidamente os instintos de quem assiste e as manifestações físicas abundam. Talvez daí venha a assiduidade dos fãs e a curiosidade dos espectadores ocasionais. A maioria esta em busca de sensações inacessíveis ao entrar na sala do cinema, mas com o passar dos anos os realizadores do cinema tem rompido barreiras cada vez mais duras. Fica mais difícil infringir dor e pavor a uma platéia cada dia mais cínica em relação ao mundo (até porque a concorrência com os jornais diários , no quesito sanguinolência,  esta bemmmm acirrada). Esse cinema de horror Frances, que francamente merece uma classificação própria como o Giallo ou o J-Horror, tem uma pretensão mais popular e se encaixa mais no Torture-porn estadunidense (popularíssimo, diga-se) do que em experiência terminais, e porque não, doentias como Aftermatch.
Vamos aos filmes mais interessantes dessa leva (esqueça filmes como Sheitan, Humains e La Horde). Repare em temas comuns: a invasão do lar pelo terror que vem de fora; não há misticismos, o que assombra é obra de seres humanos e os mortos ficam em seus estado eterno...mortos; os cortes são frenéticos como já nos acostumamos após alguns anos de Youtube; as principais vítimas do horror são mulheres e quem as aflige são em sua maioria mulheres; ao subir os créditos não há alívio, esses diretores frizam sua desesperança do começo ao fim da película.

Eles – Não há inocência, não há. Quantas brincadeiras não acabam mal, ahn? Quantas? Molecagens levadas às últimas conseqüências. Os fatos são reais mesmo. De tempos em tempos você ouve falar: eles só queriam brincar.

Mártires – Tá bom. Se ao final da sessão você não estiver em frangalhos é bom se preocupar, desvio de caráter é preocupante. Poucas vezes se chega a todas as possibilidades dentro de um gênero, esse filme ultrapassa-as, e por vezes chega a resultados... sublimes!?

A Invasora – Parece até título de novela mexicana. Mas aqui a mocinha não vai sofrer pela traição do Fernando Augusto. Os cortes na carne não serão simbólicos e a trama da vilã louca e invejosa só vai despertar risos nervosos. Não, na boa, você vai sofrer de verdade e muito com o que vai ver nesse filme...

Fronteiras – Certo, é um Massacre da Serra Elétrica piorado. É o mais esquemático da lista. E então, por que vê-lo? Bem, tem mortes horríveis a rodo, neonazistas massacrados, situações humilhantes para um ser humano...Enfim, um prato cheio...

Bônus

O Adversário – Ok, ok esse não é bem um filme de terror e tal. Mas não deixa de ser uma história aterradora e um bom filme. A diretora pesou a mão ao construir a trama, poderia ir mais rápido aos finalmentes. Ah sim, a presença de Daniel Auteuil sempre preenche a tela com louvor.

Minha Avó acha que isso tudo é coisa do Demônio e que o mundo tá no fim mesmo...

O Tarantino não dorme bem depois de ver esses filmes, mas o ursinho Teddy o protege.

Dario Argento dilata as pupilas quando vê Mártires.

6 comentários:

  1. Já, já vou começar a procurar pra assistir. Adorei o post.

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  2. Vou procurar esse "Ils", os outros já vi e recomendo muito, principalmente Martyrs, pra quem curte o terror hardcore com uma história legal é um prato cheio...

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  3. filmes franceses de terror sempre surpreenden.Otimas dicas!

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  4. Olá Lucas! Cara, acho que no laranjapscicodélica, no filmescomlegenda ou no piratebay vc acha fácil. Mas o dvd não é raro de achar em sebos...Abraço!

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