12 de fevereiro de 2015

Os Melhores de 2014

Gymnopédies 1 by Erik Satie on Grooveshark
Mais um ano em que o melhor visto pelos meus olhos do que foi projetado em ou por telas foi um seriado: True Detective. Esse gótico americano, a jornada ao coração das trevas tirou meu fôlego.
Mas me atentando ao cinema, fica meu lamento pelo cinema brasileiro em 2014.
Minhas menções vão para: O Abutre, Nick Cave: 20 000 Dias na Terra e O Grande Hotel Budapeste.
Sem mais demora vamos ao que mais me divertiu e sacudiu no ano passado.

E o que ainda consegue te divertir e sacudir?

Era Uma Vez em Nova York - As mãos que construíram a América. Uma terra que sempre recebeu de braços fechados. Entrar e sobreviver, somente com sangue, suor e dinheiro. O tom de sépia enquadra a odisseia de Ewa para escapar de seu martírio e conduzir sua irmã a salvo nesse eldorado corrompido. James Gray acerta mais uma na mosca no seu patrimônio de melodramas. Trailer.

Guardiões da Galáxia - O melhor do cinema pipoca. Me remeteu àquela gostosa sensação de quando moleque assistir uma aventura numa sessão da tarde com Os Aventureiros do Bairro Proibido ou Piratas das Galáxias ou Krull ou Sinbad dos Sete Mares com o Lou Ferrigno. Saí do cinema com um sorriso rasgado no rosto. Um Star Wars sem encheção. E uma trilha sonora que não me saiu da cabeça até hoje. Trailer.

Relatos Selvagens - Mais uma ver Argentina. Por vezes podemos duvidar das páginas sangrentas dos jornais sensacionalistas, mas tal descrença não esconde os grotescos ocorridos. Delirantes contos de fúria e sons que derrubam qualquer esperança dos que creem na reconciliação (tirando, talvez o conto do casamento). O meu preferido é o que se passa na estrada, o conflito de classes com um final perfeito. Um filme que te arranca sorrisos murchos e suor frio. Trailer.

Duna de Jodorowsky - Não poderia deixar de falar do melhor filme de todos os tempos jamais realizado. Penso que o mundo seria muito mais interessante se tivéssemos Duna do Jodo ao invés de Star Wars. Teríamos ascendido aos céus, sem dúvida. Jodorowsky sempre fez cinema que importa, eleva e choca. Esse documentário é essencial e doloroso. Trailer

E agora os melhores filmes que não foram lançados esse ano e que estrearam em minha vista.

Diva, Paixão Perigosa - A paixão pela mulher inalcançável. O carteiro Jules vai se virar para não ser morto pela máfia, receber os conselhos do filósofo Gorodish e finalmente encontrar sua musa de ópera. Tudo isso numa Paris que não é o velho cartão postal. É sempre prazeroso adentrar o mundo azul-neon new-wave de Jean-Jaques Beineix. Trailer.


Angel's Egg - Qual o pior pesadelo que você já teve? A força da imagem pura. A justaposição de onirismo gótico, simbolismo zen, niilismo sombrio. Um tour de force por ruínas na iminência do apocalipse. Uma obra que ao adentrá-la suas certezas se dissolvem e ao final da experiência, serás soterrado em dúvidas. Num mundo sem sol, uma menina albina tentar salvar seu ovo a todo custo, junta-se a ela um soldado e numa cidade povoada por caçadores e sombras de animais pré-históricos. Um filme necessário. Filme completo.

Lawrence da Arábia - O Épico. O cinema-espetáculo. O cinema-ambição. Um filme que desde de sua composição continua sendo atual. As consequência do colonialismo, a gana por poder dos barões colonizados. Os pilares da sabedoria sempre em ruínas num cenário árido de traições, indeterminações dos povos, torturas, emboscadas e o barbarismo dos civilizados. Talvez um deserto nunca tenha sido tão belamente filmado quanto na câmera de David Lean. Poucas atuações empolgam tanto quanto a de Peter O'Toole com todo seu exagero. Uma das obras máximas da sétima arte. Essencial. Trailer.


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