18 de maio de 2012

Superman dos Estúdios Fleischer

Superman by R.E.M. on Grooveshark

Bem, vamos falar de Arte com a maiúsculo. Do tipo que quando você esbarra o olhar sua vontade fica a mercê dos caprichos planejados pelo artista. Uma peça artística tão vivaz e eloquente e bela que te provoca saudades de tempos que não vivemos. E digo mais: falaremos de uma obra que proporciona uma experiência de apreciação estética e nostálgica com intensidade capaz de te levar a memórias de infância adormecidas pela letargia da rotina da vida adulta. Vamos falar de uma animação que trata do salvador, do protetor, do bem encarnado...do Superman.
Os estúdios Fleischer alcançaram com essa série animada - e entendam que eu não exagero em nada com essa colocação - a definitiva e até hoje insuperável tradução do mundo dos super heróis dos quadrinhos para outra "mídia". Ainda que mentes contemporâneas possam reclamar da estrutura engessada dos capítulos - A Srta. Lois Lane se mete na encrenca com um bandidão e o Super aparece para salvá-la e salvar o dia -, não há como negar a tremenda ousadia em apresentar aos infantes da época (e tenho certeza que surtiria o mesmo efeito na molecada de hoje) mafiosos assassinos, desastres naturais horríveis, o Hitler, cenários muito sombrios, Godzillas e um homem de vontade invencível e coragem necessária indo contra tudo isso. 
Capítulos como The Mechanical Monsters, Billion Dollar Limited e The Bulleteers enchem nosso peito do mais puro e claro heroísmo. Já capítulos como Japateurs, Eleventh Hour (neste Superman funciona no lugar das bombas atômicas que atingiram o Japão) e Jungle Drum nos entristecem pelo uso patriotesco e xenófobo dado a um símbolo tão forte quanto o Superman. Talvez até nisso a série bem suceda, mesmo que involuntariamente: mostrar o lado fascista e preconceituoso daqueles que inventam e desenvolvem os super heróis. 
Falar da arte é covardia, com um traço limpo, cores reluzentes, cenários de tirar o fôlego, é uma tradução exata dos atos do homem de aço que inegavelmente te faz querer ver deuses cruzando o céu. 
Essa é a chave, a tradução artística dos estúdio Fleischer imprime com beleza estonteante a luta de um deus andando entre mortais e enfrentando desafios a altura. 
Não vamos deixar de mencionar as influências que essa obra produziu através dos anos e se esparramaram principalmente pelos trabalhos de Bruce Timm e Richard Donner. 
A série dos estúdios Fleischer é uma semente esperando um campo fértil (o coração ou a consciência) de quem assisti-la para germinar as mais variadas formas de heroísmo. 
No cinema pode até ser diferente, mas nas animações a DC chuta a bunda da Marvel desde sempre.
Olha lá no céu! É um pássaro!? É um avião!?...

Esse post é uma homenagem para todos os fãs do azulão...para uma em especial.

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