23 de dezembro de 2011

Simbads

Simbad, para mim, está no mesmo panteão de fascinantes heróis aventureiros como Robin Hood, Conan, James Bond, Capitão Nemo e etc. Na real, Simbad é o avô de todos eles. Um personagem tão rico e carismático na premissa que qualquer um  que o trabalha bem pode imprimir novas intenções e cenários empolgantes.
Quando Sherazade nos apresenta Simbad, o marujo, na LXX noite de histórias que pacificavam o coração do Sultão, ele já está aposentado e contando sobre suas viagens aos seus convivas. Ao ouvirmos seus relatos logo sacamos que Simbad é um azarado, esforçado e apegado a vida. Qualquer navio que o tiver como tripulante irá invariavelmente a pique e todo o resto da tripulação irá sempre ser massacrada das piores maneiras possíveis, mas o marujo mais célebre de Bagdá não se entrega fácil (apesar de que em momentos de desespero ele atente contra a própria vida) e sempre procura um meio de sair dessa enrascada e acumular o máximo de riquezas de lambuja.
Esse post vem cheio de nostalgia. Várias tardes da minha infância foram coroadas por aventuras que explodiram minha cabeça e me enchiam de coragem para escalar o telhado do vizinho e deixar minha mãe e avó descabeladas. Boa parte dessa seleção eu pude conferir numa das sessões das tardes do SBT. Todas as incorreções históricas são passáveis em nome da diversão. Divirta-se.

O Filho de Simbad - outros tempos, até em um filminho b dos anos 50 rolava até citação a Hamlet. Mas Shakespeare não interessa; interessa a sequência de belissímas pin-ups com roupas provocantes que perfilam nessa fita, praticamente um dançadoventreexploitation. É tanta mulher voluptuosa que a ventura do filho de Simbad e de Omar fique em segundo plano. Esse filme é um filho bastardo e sacana de As Aventuras de Robin Hood de Michael Curtiz e William Keighley; e também uma grande afronta a qualquer feminista. Quer uma bela amostra grátis? Clica aqui.  

Simbad e o Olho do Tigre - Primeiramente, Jane Seymour, palmas de pé. Que beleza! E eu devo ser muito burro mesmo pois, afinal, que olho do tigre é esse? Patrick Wayne faz um Simbad heroico e competente. Essa aventura é das mais empolgantes da seleção, a aparição de Petra dá um charme único a fita. Para qualquer moleque imberbe e imprecionável essa fita é um prato cheio de idéias para aventuras nas estantes da salas e nas casas da vizinhança. Para mim foi. Quer assistir o filme? Clica aqui.

Simbad, O Marujo - É muito interessante observar a "evolução" dos filmes de ação e aventura. Nessa película temos elementos que se tornariam obrigatórios: atuações canastronas, interesses romanticos em meio a malabarismos, vilão caricato, um parceiro como alívio cômico e uma jornada rumo a uma missão impossível. Tem até o Walter Slezak fazendo um Jamal bem afetadinho. As atuações espalhafatosas de Douglas Fairbanks Jr. e a trilha sonora triunfante e intrometida são uma capsula do tempo.

Simbad e a Princesa - De todos os filmes da seleção esse é o mais lenga-lenga de amorzinho. também tem o protagonista mais sem graça e o vilão mais chato. O que se salva? As animações stop motion de Roy Harryhausen, claro, mesmo não estando em seu melhor momento. Kathryn Grant é uma gracinha e só. Quer uma amostra grátis? Clique aqui.

As Novas Viagens de Simbad - Seguramente, o mais sombrio dessa seleção, por vezes até assustador. Também tem a produção mais caprichada: bons figurinos e cenários. John Phillip Law faz uma das melhores interpretações de Simbad dessa seleção. Outro ponto a favor é a morenaça quentíssima Carolinee Munro. Tem até um nóia de haxixe, o Harum. Um dos trabalhos mais brilhantes de Roy Harryhausen, destaque para deusa de seis braços e para luta com a caranca do navio de Simbad. Um belo filme de aventura e mau preferido dessa seleção. Quer assistir? Clica ai.

Simbad, A Lenda dos Sete Mares - Às vezes sinto muita falta da boa e velha animação 2D. Esse filme lembra até, em alguns momentos, Shadow of Colossus pelas lutas de Simbad com os monstros gigantes. Infelizmente o desfecho é apressado e sem clímax, a vilã também é igualmente sem sal. Porém é um trabalho bonito com cenas de ação e um elenco de coadjuvantes engraçados com boas piadinhas. A de se mencionar a boa dublagem de Thiago Lacerda. Quer uma amostra grátis? Clique

Certeza que o filme de Ted Tetzlaff influenciou Tarantino e suas belas musas dançantes.

As estantes da casa da minha Avó sempre sofreram com meus arroubos aventurescos pós sessão de filme do Simbad.

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