13 de abril de 2012

Esportes

Pensando na entrevista do Woody Allen em que basicamente ele declara: entre esporte e cinema ele fica com o esporte. Isso me fez pensar em como o cinema trata o esporte. Esse subgênero por muitas vezes é muito mal tratado pelos realizadores por inundarem os enredos de clichês e, mesmo assim, por vezes, temos resultados interessantes. Plasticamente o cinema ainda se mostra incapaz de representar os corpos em movimento com a mesma naturalidade que a pratica de um esporte exprime. A matriz narrativa da estória de superação no subgênero de filmes de esporte é onipresente (afinal, o esporte em si se trata, basicamente, sobre superação).
Numa arena esportiva, com sorte, pode se ver homens praticando proezas sem qualquer efeito especial ou truque de câmera. A imprevisibilidade de resultados deixa a experiência de sofrer com o certame algo de uma intensidade impar. Raramente um filme consegue passar essa sensação de urgência e dramaticidade. Ainda sim, bons filmes do gênero servem de lembrete de quão urgente e poderoso o esporte - essa herança helenística - pode ser.
No fim das contas tenho de concordar com Allen. Entre uma boa partida esportiva e um filme sobre esporte fico com a partida. Mas por enquanto vamos aos filmes.

Caçadores de Emoção - Ah os anos 90! Nos longínquos tempos desse filme nem o skate era muito conhecido e quase nada praticado, agora é mania disseminada. Surf é um esporte muito bonito e na telona funciona melhor que todos os outros esportes. E Kathryn Bigelow tem uma direçõa vigorosa e visualmente pungente. Keanu Reeves é um incógnita: afinal ele é tão ruim assim? Já Patrick Swayze está particularmente carismático. E a Lori Petty então!? Que belezinha! Tudo, qualquer preço a se pagar por uma gota de adrenalina.  De um assalto a banco à surfar em um tsunami o que importa é quase morrer para se sentir vivo. Quer assistir esse filmão? Clica aqui.

Maldito Futebol Clube - Dividimos essa paixão com os ingleses. O trabalho de um técnico de futebol é muito ingrato, fala a verdade. Ascensão, queda, volta por cima, tudo isso na mais completa solidão. O gosto da derrota tem de ser engolido a seco e a vitória tem de ser compartilhada. Brian Clough está, por todo o filme, encastelado, se defendendo e atacando do alto de sua torre. E nessa guerra pelo caneco do campeonato inglês Clough vai sacrificar coisas que lhe são bem valiosas. Quer ver um trechinho? Clica aqui.

Homens Brancos Não Sabem Enterrar - No comecinho dos 90's a estética Spike Lee imperava. E o trabalho de alguns realizadores cinematográficos em emular essa estética para tentar encontrar a cara real do gueto por vezes se mostrava atraente, como é o caso desse filme rodado por Ron Shelton. O começo dos anos 90 foi umperíodo de ouro para o basquete...na minha opinião, é claro. Porque eu praticava o esporte e, dentre outras coisas, acompanhava as proezas de Michael Jordan na TV Manchete. Então, na da mais natural do que ter me apaixonado por esse filme a primeira vista. A dupla Sidney Deane e Billy Hoyle me empolgavam por sua malandragem e habilidade. Interessante ver em perspectiva os rumos que tomaram na carreira Wesley Snipes e Woody Harrelson. Clica aqui para ver um pouco. 

Guerreiro - Não é um fato notável enfileirar todos os clichês possíveis de um gênero (no caso os "filmes de luta"... tem até o lutador russo malvadão vestindo uniforme vermelho com o martelo e a foice) e ainda sim produzir um filme arrepiante? Uma das teses que Gavin O'Connor talvez queira defender é que cada homem lutando no octogono leva para lá, dentro de si, motivos suficientemente fortes - e individualmente justos, dramáticos, urgentes - capazes de empurrá-los às últimas consequências no embate. Comparar com os homens que matavam e morriam no Coliseu é inevitável. Além disso Tom Hardy é sempre uma pedrada e Joel Edgerton é sempre impressionante na tela. Dá uma olhadela no trailer

Jamaica Abaixo de Zero - Esse filme alegrou tantas tardes sem graça que só posso revê-lo com um sorriso no rosto e condescendência. É aquele filme família com alma e graça. John Candy é um cara que dá saudades. Esportes de inverno são elegantes. Dá uma olhada, vai.

Montividéu, O Sonho Da Copa - Naquele tempo não eram os ricos correndo no campo enquanto os pobres assistiam. O filme é carregado de nostalgia - portanto, de verdades distorcidas - de tempos imemoráveis em que os homens do esporte eram deuses e salvaram o mundo da realidade com uma bola e garra. A direção de arte é esforçada mas se sabota ao deixar tudo muito clean e usar de computação gráfica. Só pela nudez divinal de Nina Jankovic já vale dar uma olhadela. Quer uma amostra grátis? Clica aqui


Tarantino devia ser um prego nos esportes na escola...Será?

Minha Vó pede que Deus salve a alma de meu Avô ao vê-lo enfileirando palavrões assistindo os jogos du Curintia...



2 comentários:

  1. Maldito Futebol Clube e Warrior são superiores aos outros filmes mencionados. No caso de MFC por ser uma história real do futebol. Seu Blog é Fantástico. Valeu!

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  2. Muito obrigado pelo comentário Nivaldo. Esses dois filmes são mais encorpados mesmo, mas dê uma chance aos outros pois são bem bacaninhas...Abraço!

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