10 de fevereiro de 2012

Revoluções Por Minuto

Speed by Atari Teenage Riot on Grooveshark
Polêmica a frente...
Estranho ter poucos filmes sobre revolução não acha!? Afinal, todos salivam por revoluções.  E do jeito que o mundo está quente atualmente esse assunto deveria ser mais dissecado pela sétima arte. Ninguém aguenta processos longos, democráticos e com revezes. Todos querem fazer parte da geração que fez alguma coisa. A guinada a 180° é para ontem. Muita gente poem muita fé na "revolução". Quem nunca?
E, afinal, o que é a revolução? Ela é o que você quiser que seja. A direita, a esquerda, tecnológica, política, artística. Revoluções já viraram commodities, é só escolher a sua na prateleira. 
Há revoluções que salvam milhões da miséria e outras que servem para derramar o sangue de milhões. Pode ser a revolução de muitos descontentes ou poucos oportunistas. Há de se ter parcimônia.
Com certeza ela não será televisionada, mas será que ela estará online? Veremos. Tenho convicção de que as revoluções mais interessantes não estão classificadas nos livros de Histórias como tal.
Para mim que desprezo o conceito de autoridade e anseia pelo fim dos estados nação uma revoluçãozinha, a priori, vem sempre a calhar. Porém, em nossos tempos, as redes sociais estão ai para abrigar reclamões muito corajosos e engajados atrás de um teclado morando em seus confortáveis condomínios porém, como diria a Away de Petrópolis, não aguentariam dez minutos de pressão nas ruas. E viva os que tomam as praças e palácios de governo e não se acovardam em campos universitários.

O Último Imperador - Não adianta chiar  a China sempre esteve destinada a ser gigantesca e imperial. A demoníaca Revolução Cultural destroçou a velha ordem imperial e no fim o povo chinês trocou  seis por meia dúzia. Pu Yi nasceu e permaneceu preso por toda vida, sua prisões tinha nome e geografia: A Cidade Proibida, A Manchúria, A China Comunista. E nos parcos momentos em que teve a liberdade em mãos não soube como agir. E quem saberia, não é mesmo!? Falar dos superlativos cenográficos e de figurino dessa produção é uma obviedade, e eles são muitos...e os adjetivos exaltando os superlativos são merecidos. Há algo no desenrolar do enredo que esmorece os ânimos do espectador, mas os que resistem até o último ato testemunha um tocante e melancólico desfecho para história de Pu Yi. Quer ver esse filme? Clica aqui.

Tempos Modernos - É o filme mais esquerda da História? O mais proletário? O mais marxista? Você que me diga. Há sempre aquela corrida pelo filme mais genial do Carlitos em que cada cinéfilo se entrincheira e luta aguerrido para provar que sua escolha é a melhor (e tem os super pedantes que vem com aquela ("Prefiro Buster Keaton"). Não sei se Tempos Modernos é o meu preferido ou o melhor só quero me importar com o fato de que Chaplin tem esse poder de criar cenas com força necessária para reverberar eternamente. Para assistir ao clássico clica aqui.

Germinal - À luta companheiros! Não li a obra de Emile Zola mas me parece que a adaptação dirigida por Claude Berri é um acerto redondo. Aqui temos de forma quase didática as teorias marxistas aplicadas a um cenário desolador de pobreza e frustrações, incluindo as amorosas. Um aspectos fundamental que dá dramaticidade ao enredo e que, não raro, é deixado de lado é o triângulo amoroso Étienne Lantier, Catherine Maheu e Chaval. Étienne é um viajante que destrói, não intencionalmente, tudo que toca apesar da filantropia e das boas intenções. Não há como ter paciência passando fome e vendo o luxo dos patrões. Porém, a cena em que a revolta foge do controle é ótima.Cinzento, pessimista e necessário. Para assistir o filme clica aqui.

Os Edukadores - Quem diria, quase 10 anos depois desse filme a fartura européia está acabando. Para quem já nasce com o jogo ganho parabéns, o sucrilhos vai estar no prato; para quem perdeu o jogo que tal anarquizar o tabuleiro dos barões? Boa idéia. Daniel Brühl é cool e Julia Jentsch está lindinha. Pequenos atos de rebeldia contra as revoluções embaladas para viagem. Ainda não encontrei com exatidão mas esse filme tem algum verbo de ligação com Cachê e Violência Gratuita, só que sem aquele niilismo todo do Haneke. Os lados da questão são colocados à mesa, porém tem certas ideias que são perigosas e o rico  Hardenberg sabe bem disso, para continuar em seu castelo essa molecada questionadora deve ser calada.  E que belo final. Um dia falaremos mais sobre esse filme. Uma amostra grátis? Clica aqui.

Danton, O Processo da Revolução - A historiografia francesa foi efetiva em incutir ao mundo a idéia que a queda da Bastilha foi o modelo revolucionário. A revolta corre no sangue do povo francês, é só dar a brecha que o povarel toma as ruas. O que impressiona no que se seguiu a queda da Bastilha é a virulência e a velocidade em que os lados se invertiam: de perseguidor a perseguido em questão de dias; de libertador da pátria a traidor da nação em uma canetada. Wadja não nos deixa simpatizar nem com Robespierre nem com Danton (e eu sou um daqueles que gostam do Gérard Depardieu). O clima impresso a fita por Wadja é cinza e opaco, nada brilha; o sol iria se por no futuro eclipsando boa parte das conquistas revolucionária. Para assistir ao filmes clica aqui.

Capitães de Abril - Há momentos na vida que a única solução é desobedecer. Os fardados fazendo a revolta, a democracia gestada nos quartéis ao som de fados. Disparar é fácil, mas essa não é uma guerra de canhões. Um império decrépito desfalece e seu povo está sedento por mudanças e quer adentrar ao mundo de benesses prometidas pelo pacto continental. Esse é daqueles raros filmes para se aplaudir de pé. Quer assistir esse belo filme? Clica aqui.


Tarantino é um Leninista-Anarquista-Liberal enrustido.

Minha Vó é uma revoltada...com meu Vô...




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