29 de junho de 2011

THE FRATELLIS

Homenagear os Goonies no batismo da Banda merece um troféu. Fratellis é uma das bandas mais legais da década que passou. Harmonias extremamente contagiantes, não raro você se pega assoviando e lálárarando a música sem medo de errar. Envolvente é pouco. No Reino Unido fez um sucesso bem considerável, cantado a plenos pulmões em intervalos de partidas de futebol e tocou bastantes nas rádios de lá (mas comparar a programação das rádios de lá com as daqui é covardia). Para mim o que pega é um rock bem feito, com muito bom humor e sensualidade (afinal, se o rock não for isso fica bem chato). Prestaram ótimos serviços ao ritmo. Pena que parou. Parou por quê?

Clip lindão com Pin-Ups, hum...Perfeição, Flathead


Viciante!? Alerta: Baixista com camiseta do The Specials. Mistress Mabel


Um clássico, Chelsea Dagger

27 de junho de 2011

THE BASEBALLS

Os Alemão subindo e mostrando simpáticas releituras de músicas pop atuais mas com cara e corpo dos anos 50.

Aproveitem.

20 de junho de 2011

SABOTAGE

Falar de clichês, evidenciar, denunciar clichês, etc., no mundo das artes hoje se tornou clichê. O termo “clichê”, aliás, banalizou-se de tal modo que é um dos maiores clichês em qualquer crítica que apareça.
Certa vez, há uns dez, onze anos atrás, quando eu estudava violão erudito na saudosa ULM, encontrei-me com o saudoso Sabotage numa Kombi lotação da Vila Mariana – Jd Clímax. Ele trajava calça big jeans azul escuro, camiseta larga e dois olhos de uma noitada inteira de show, seja lá o que foi isso. Tudo muito clichê. Eu trajava alguma coisa anônima, mas estava acompanhado de meu saudoso DiGiorgio nº18 Estudante, além das apostilas de Matteo Carcassi e de Henrique Pinto.
Não por acaso, sabia que ele havia participado dos trabalhos de umas bandas de Hip Hop Gospel por ai, que na época estavam num bom caminho – no sentido musical, é claro – mas que hoje paradoxalmente se desvirtuaram. Disso veio minha indagação, provavelmente muito clichê, a ele na lotação:
– Sabotage?
– Isso ai.
– Uma pergunta só: você pretende fazer mais trabalhos com o pessoal do APC16?
– Os manos fazem uma coisa diferente né... Se eles chamarem, tamos ai.
Depois disso ele pediu pra descer.
Tempos depois, a notícia fatídica. Acredito que seu rap era tão verdadeiro, real e intrínseco a ele que de alguma forma teve de se cumprir...
De lá pra cá a cena Hip Hop se consolidou, e muitos desde aquela época já a acusavam de um grande clichê: o antagonismo entre ricos e pobres, opressores e oprimidos, os Jardins e a “perifa”. Sabotage, então, poderia figurar como um dos expoentes desse clichê: “Brooklin Sul”, “Canão” “Rap é o som”, etc., termos e temas tão repetidos por ele em seus versos...
Quase ia me convencendo de que, de fato, o Hip Hop havia se tornado artisticamente uma invariável expressão de clichês, quando me lembrei do que dizem por ai, nos corredores da academia, que qualquer manifestação da existência, para ser compreendida, pode ser dividida em três partes. Pois bem, poderíamos hoje enxergar a cena Hip Hop nacional em três fases: a 1ª nada mais é que seu primórdio, um rap de versos inocentes de P de Pepeu, Ndee Naldinho, e amadurecendo um pouco mais com Thaíde e tantos outros; a 2ª, nos anos 90, beirou a apologia cabal ao crime, mas paradoxalmente foi remida por versos “racionais”, mas que traziam a pura poesia bruta das ruas; a 3ª é a cena que temos hoje, representada pelos versos maduros de Criolo Doido, Emicida... Sabotage representou tão bem a poesia bruta daquela 2ª fase que seu nome é freqüentemente rimado nos versos desta 3ª...
Por fim, para remir de uma vez por toda a cultura Hip Hop, eis que surge uma luz no fim de um túnel ainda não escavado pelo glorioso Tatuzão: o Metrô que sairia da Brazilândia e passaria pelo Higienópolis (!!!), traria à este último a “gente diferenciada”, e manifestaria a verdade, não despretensiosamente taxada de clichê, dos versos e da atitude representados pela cultura Hip Hop. Aliás, se Sabotage fosse vivo, ele diria: “– num disse!”, e faria um rap sobre isso tudo.

Sai da frente!


Porque respeito é pra quem tem!


E pra não deixar de lado o clichê, eis o clássico dos clássicos de Sabotage, e um clássico do rap nacional... quem vê da ré:


E agora com vocês, “...representando a favela no cinema nacional...”: Sabotage.

O Invasor

Tiagão, diz pra sua avó que, segundo Sabotage, interpretado por Sabotage no longa O Invasor, quem “tá desgostoso da vida é porque não curte um rap”!


Carandiru

Tiagão, jamais deixe sua vozinha ver os beijos que Sabotage deu na bunda de Rita Cadillac no filme Carandiru, principalmente se um dia lançarem Carandiru em 3D... Já imaginou sua vovó assistindo essa cena em 3D, vendo os cabelos espetados do Sabotage e o trambolho traseiro da Rita?!


Wesley Soares

15 de junho de 2011

THE GO! TEAM

Não sei se são esquecidos mas certamente subvalorizados. Quer ver uma banda colorida divertidíssima? The Go! Team num mundo ideal seria extremamente popular porque é dançante, animadíssimo, um caldeirão de boas referências, fazem uma música verdadeiramente e na melhor acepção da palavra: jovem, música bem acessível (pelo menos bem mais acessível que milhares de coisas que estão em primeiro lugar das paradas) e pop mas, estranhamente, pouca gente se interessa, uma pena. A bela, louca e animadíssima vocalista atende pela alcunha de Ninja...só por isso é uma banda a se gostar. Fizeram um show elogiado por aqui que eu burramente perdi. The Go! Team é a boa é velha curtição. Curta!!!

Hora de se descabelar por T.O.R.N.A.D.O.


Agora o ótimo clip e ótima música Milk Crisis


E para mostrar que ao vivo o baguio é frenético The Power Is On

13 de junho de 2011

TOM STORMY TRIO & RHYTHM SOPHIE

Rockabilly para abrilhantar nossas Segundas.

Hoje os húngaros invadem.

Clip lindão: Finders Keepers. 

10 de junho de 2011

A Grande Arte da Coréia do Sul Parte II


Não é que eu seja suspeito, me declaro culpado de pronto. A possibilidade de eu gostar de um filme sul-coreano é de 96,7%.
Me intriga e faz estimar a completa falta de fé dos sul coreanos na criação, manutenção e na execução da lei. Insistentemente esses realizadores mostram a falência de seus sistemas (escolha um da sua preferência) e jogam na cara do espectador seus pessimismos em relação as sociedades que suportam tão bem assassinos em série (escolha o tipo de sua preferência) contanto que se tenha lindas TVs de LED e Tablets.
Me agrada o fato de darem poucas chances às redenções em seus roteiros. Destacam a violência contra a mulher, a degradação das classes esquecidas, as feridas deixadas pela guerra que cindiu a península, a pobreza que persiste apesar do desenvolvimento na educação e tecnologia.
Acredito que esses realizadores promovem o cinema pós moderno mais interessante dos últimos anos. É como se tivessem entendido melhor que ninguém os cem anos prévios de História do Cinema e amalgamando os melhores elementos entregassem ao público um produto extremamente atraente. Não a toa a produção nacional sul-coreana é extremamente bem sucedida internamente batendo qualquer produção do exterior.
Não me interessa nacionalismos mas bons resultados e há um entendimento mútuo entre cineastas e público na Coréia do Sul que gera um cinema artisticamente dinâmico e comercialmente bem sucedido. Um belo casamento.
E já faz algum tempo que o eixo das produções cinematográficas verdadeiramente excitante  moveu-se ao oriente (vide o retrógrado prêmio da Acadêmia estadunidense ao Discurso do Rei e a defesa do filme por boa parte da crítica de veículos de comunicação tradicionais nos EUA - não a toa o direitistmo paternal cresce no primeiro mundo, sinal dos tempo: as pessoas estão querendo voltar a ser súditas).
O Mundo tem muita coisa boa para descobrir. Descubra...e me conte.

Eu Vi o Diabo - É isso ai, os homens que não amam as mulheres estão por todo o canto desse planeta e fazem um estrago...Eu pensei que Philippe Nahon, Anthony Hopkins ou Kevin Space soubessem fazer psicopatas mas na real eles precisam fazer um workshop de atuação com o literalmente monstruoso Min-sik Choi. Para olhar os olhos do diabo não é preciso descer ao inferno, você cruza com ele nas ruas e nem dá bola, mas ele está ai sangrando o mundo. Aqui você tem que se posicionar. Mocinho e bandido vão inflingir o máximo de dor possível um ao outro. Um deles machuca aleatoriamente quem estiver em seu caminho o outro vai machucar com método, com objetivo. Um é vingança pura, o outro é uma abominação. Um filme bem forte. Posicione-se.

O Homem de Lugar Nenhum - E para fazer um trhiller policial daqueles, como faz!? Coloca na mistura Dirty Harry, Maquina Mortífera, uma pitada de filmes do Charles Bronson, os filmes do John Woo na fase chinesa e O Lobo Solitário e dê nas mãos desses maravilhosos sul-coreanos cheios de estilo que irás ter um filmaço de ação como há muito não se faz no Ocidente. O bandido é bandido e o mocinho é mocinho (independente dos métodos que ele use para combater a vilania) e nada de maniqueísmo  para atrapalhar a trama. É pancadaria bem construída, envolvente, deliciosamente gratuita. Se Jeong-beom Lee continuar nessa toada vai ser o grande nome do thriller policial dessa geração.

Primavera, Verão, Outono, Inverno...E Primavera - Está ai um filme que a senhora classe média não vai nem achar que entendeu. Claro, há o crítico que acusa o filme de ser absurdamente bonito, culpe as locações. há o criticuzinho que o acusa de ser poético, o que demonstra que lhe falta conhecimento sobre poesia por achar que ela serve para cantar os lírios do campo. E a o criticuzão que pensa conhecer profundamente dois mil anos de tradições e vertentes budistas e o acusa de reducionismo e para gringo entender de Siddhartha Gautama. Apesar de qualquer crítica à película ( a minha vai para o desnecessário ato final com a criança repedindo os erros de seu antecessor) a experiencia de assistí-la é imprescindível e no mínimo compensadora.

Zona de Risco - Malditas linhas desenhadas para nos cortar ao meio. Malditas fardas e coturnos. Malditas bandeiras. Os quatro soldados, como na letra de David Bowie, tentaram ser heróis por um dia. Por mais forte que fosse a amizade entre eles seus uniformes os separariam para sempre. A Ordem a que servem esmaga quem não cumprir os protocolos. E no castelo cenográfico e altamente explosivo que é a fronteira entre as Coréias qualquer desculpa é motivo para hecatombes. O século XX sacramentou a invenção de disputas territoriais que parecem ser milenares, mas são tão recentes que caíram no esquecimento. E azar de quem descobrir que está sendo enganado. O melhor filme sobre guerras frias que eu já vi. 

Poesia - ...a mãe de todas as artes. Dela parte toda beleza que a humanidade pode sonhar em produzir. E você, já olhou para o mundo? Ou é daqueles que perambula pelo globo sem enxergar nada? A Senhorinha Yang Mija é demasiadamente humana: está doente, endividada, percebe que o abismo entre ela e o neto é intransponível e se deu conta de que nunca se comunicou de verdade com o mundo. Seu cais de porto será a poesia que lhe cruza o caminho. Um filme fruto do minimalismo oriental com planos fundos, com relacionamentos examinados pelo não dito, atuações discretas com ecos dos trabalhos de Yasujiro Ozu. É muito mais que isso, assista e belezas que você nem imaginava irão emergir.

Eu Sou Um Cyborg, Mas Tudo Bem - Em seu trabalho mais impactante visualmente (tanto na movimentação de câmeras quanto na direção de arte, cenográfia e figurinos). Chan-wook Park nos brinda com uma comédia! romântica? coloridíssima e deliciosa. Cruzando Um Estranho no Ninho com Spike Jonze/Michel Gondry no País das Maravilhas, Park nos da um história para montar da menina Cha Young-goon que para qualquer um seria incompreensível mas para o menino Park Il-sun que perambula com ela por esses labirintos de um Instituição de Saúde Mental é fácil de solucionar. Em até certo ponto um filme terno em mostrar como em momentos e lugares improváveis belas relações (escolha a de sua preferência) surgem.  

Tarantino sabe o que é bom e já faz tempo que vem alardeando a todos sobre esse Cinemaço.

Vó, vamos comer comida coreana?
É aqueles negócio de peixe crú?
Tem até polvo crú...
Polvo?!?! É aquele bicho cheio de braço assim?
Esse mesmo...
Creeeeeedo!!!

8 de junho de 2011

ROGÉRIO SKYLAB

Ele está morrendo. Um dos artistas mais inteligentes, metódico, heróico, lendário. O poeta mais maldito do cancioneiro nacional está pendurando as chuteiras (como ele mesmo diz ter  aprendido com Péle). Nosso Thom Yorke carioca, um Adoniran Barbosa Dark, Bocage suburbano. Para mim ele está no mesmo filo de músicos genuinamente brasileiros (Wander Wildner, Jupíter Maçã, Bezerra da Silva, Emicida...) representantes da picardia e malandragem tupiniquim. É o gótico moleque. Skylab metralhou o bom gosto, o lugar comum e o conforto do ouvinte. Um maluco nem um pouco beleza mas necessário. Irônico ou polêmico? Lúdico ou profano? Tudo depende de quem ouve. Ouça...

Muito antes da Flor de lótus do Yorke, Skylab já rebolava loucamente,Eu Tô Sempre Dopado


E tem gente que morria de medo do Marlyn Manson, HA! Trema com Parafuso na Cabeça


No ao vivo, apagando o cigarro no olho da sociedade com Tem cigarro aí?