21 de julho de 2010

Um Big Bang


Um Big Bang.


Denso, quente, explosivo e expansivo, é este o universo de The Big Bang Theory, constituído por cinco elementos fundamentais: quatro rapazes, cientistas geniais, e uma garota.
Se o cenário resulta de limitações orçamentárias, os diálogos resultam de milênios de estudos e pesquisas científicas. As câmeras permanecem pasmas, estáticas, enquanto os diálogos explodem no interior de um pequeno apartamento ou na pequena lavanderia comunitária.
Tudo em 20 minutos... Tudo!
Se as produções Cult habitualmente citam os ícones da alta cultura dos clássicos literários, da filosofia, das artes, etc., The Big Bang Theory evoca o mundo incompreendido da alta ciência astrofísica, mas não a guisa dos Blockbuster.
O embate entre fé e ciência agora está ultrapassado. Os complexos teoremas, axiomas e postulados científicos pululam nas falas dos físicos e nerds Leonard Hofstadter, Sheldon Cooper, Rajesh Koothrappali e Howard Wolowitz em citações muito específicas de pesquisas ligadas à física quântica e à astronomia, numa dinâmica interação com a garçonete Penny, “profundamente” atualizada em cultura pop, apenas. E dessa relação, emerge o embate entre ciência e amor.
Para isso, alguns estigmas e estereótipos do cinema são sepultados. Se os nerds também amam, eles não amam como amam os nerds, e sim como “homo amantis” comuns. Sheldon é o único que não ama. De fato Sheldon às vezes se apresenta como uma evolução do homo sapiens sapiens. Sheldon não ama, não é feliz e nem triste. Leonard, Rajesh, Howard e Penny amam e não são felizes.
Aos dilemas da ciência, por mais complexos que sejam, subsiste a crença de que em algum momento da história da humanidade haverá resolução. Em contrapartida, os “dilemas do amor” são um verdadeiro Big Bang: num momento de nossas vidas uma explosão de hormônios inicia nossa marcha para o caos.
Essa temática pode parecer clichê, porém, quando The Big Bang Theory apela para os roteiros clichês das comédias românticas, a série conhece alguns declínios. É difícil nos darmos conta de que compreender física quântica pode até ser fácil ao passo que compreender os “rumos do amor” pode ser impossível. Nossos quatro cientistas geniais conhecem com toda destreza os guetos da física, mas a nossa garçonete, cujas faculdades cognitivas superiores são inferiores a qualquer média, concebe que não há saída nos becos amorosos.
Com ou sem Big Bang, o Universo continua sua expansão rumo aos caos. Se preferir, rumo ao desconhecido. Talvez a grande fórmula do The Big Bang Theory seja o binômio “física quântica para leigos” versus “amor para entendidos”: o leigo poderá alcançar algum conhecimento profundo sobre a alta cultura das ciências da natureza, e os entendidos poderão alcançar a noção de que nunca devem tentar explicar o amor, apenas vivê-lo enquanto durar.
O fim já se sabe: nunca se sabe. O caos pode até ser uma certeza, mas não deve ser uma expectativa. Se The Big Bang Theory prosseguir esquivando-se de explicar o amor através de roteiros básicos continuará top. Mas se Sheldon se apaixonar por algo semelhante à sua natureza, então desligarei a TV, melhor dizendo, não farei mais downloads.

Do PhD em FMC Wesley Soares.

16 comentários:

  1. Serie massa , axo q esta em um rumo legal
    se nao gosta ou enjoou nao assite :)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. ANONIMO VÁ TOMAR NO CU _|_
    Prefiro o estilo tradicional da série, os Geeks que conhecem tudo menos protocolos sociais, eu em partes me identifico com isso x). E aprendi algumas regras com o Seriado =P
    Leonard e Pryia,A separação de Sheldon e Leonard,a interação social de Amy Farrah Fowler.
    Eu quero o amr timido de leonard pela Penny, eu quero um Sheldon Totalmente anti-social, eu quero Rajh falando com garotas Bebado.Enfim, Eu continuo rindo mt com TBBT e nao acho que nao esteja legal, mas da saudades de algumas temporadas atras =D

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  4. Amy tirou a graça da série. Espero que ela não volte para a próxima temporada ou vou parar de assistir.

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  5. É um seriado apenas divertido, não tem nada de novo, é "humor de claket"... E pra quem conhece algo de física, sabe que isso é só um pano de fundo beeeeem soft, além de muitas referências erradas...

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  6. concordo com o kra, a Amy tirou a graça... eu tava achando um lixo os ultimos episódios, minha namorada parou de assistir. Eu continuei pq... seilá!!
    Pelo menos os 2 ultimos achei bons...

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  7. A Amy realmente tirou toda a graça da série .-.
    O Howard namorando tbm não tem graça nenhuma :S

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  8. Amy Farrah Feller não tirou a graça da série. Sheldon não se apaixonou por ela. Ainda. Espero que não... Digam a Chucky Lorre que ISSO NÃO PODE OCORRER. Sheldon é um mito.. amo o personagem.

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  9. A idéia da série não é tão complexa assim... Tão pouco a série fala de ciências ou a complexidade dos sentimentos humanos... Trata-se apenas de humor e o foco da série é a amizade entre os protagonistas.

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  10. Concordo com o amigo que diz que a série trata-se apenas de humor e tem foco na amizade, logico que ela se utiliza de teorias e outros aspectos cientificos para gerar os dialogos e isso da um toque todo especial a série.
    Mais uma coisa, alguem notou que a Amy Farrah Feller é a Blosson?

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  11. Olá! Sou eu, o cara do post, mais conhecido como Wesley... Vocês de fato leram o post? Se leram, recomendo uma nova leitura, porém, somente após estudarem um pouco de astronomia na USP, um pouco de história e letras lá também... e algumas outras coisas lá, assim como eu o fiz, coisas que vão além do que se ensinam nas cátedras, além das que se experimentam nos laboratórios... Nossos olhos não podem enxergar o Universo além do que nossa atmosfera terrestre permite. Aliás, qualquer colegial sabe que a atmosfera terrestre desvia e "desvirtua" toda a luz que chega até nós do Universo. Se vocês pudessem enxergar através dessa atmosfera...!!! E para enxergar assim, não é necessário sair do Planeta, basta introjetá-lo...

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  12. Wesley, por que tem que estudar pra ler o post de novo?

    Eu sou quartoanista de física, e digo, que de ciência, a serie não tem nada e de ambiente acadêmico tbm.
    É exatamente a mesma coisa de qualquer outra Sitcon, mas usam o fato dos personagens serem patéticos como consequência de serem cientistas, o que não é necessariamente uma realidade, é apenas um senso comum... Outras séries têm os mesmos personagens patéticos, com dificuldades de relacionamento, apenas apresentam outras razões pra que sejam assim...

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  13. Eis a questão: as vezes a vida é séria, as vezes é patética, as vezes é incompreensível, as vezes é clichê... Mas esta é uma constatação muito raza. TBBT não trata simplesmente das dificuldades de relacionamento. De forma humildemente "poética", tentei mostrar isso no post. Quanto a questão do "estudar" para ler o post, espero que entendam que não o disse sob os auspícios da presunção. Na verdade, "tudo sei que nada sei"... Estudar, estudar e estudar... e chegar a conclusão simples, clichê, óbvia, porém epistêmica, de que a tentativa de esclarecer a dúvida oriunda da curiosidade humana, é uma dúvida! Estudar, estudar e estudar... Dai levantamos a cabeça, desviamos dos livros e tubos de ensaio o nosso olhar, e o que vemos? Os outros, o outro, ou nos vemos a nós mesmos? E o que vemos em nós, por traz de todas as vestes culturais? Posso concordar que em TBBT há sim clichês, roteiros encomendados através de formulários... Além do que não eximi TBBT disso no post. Mas tentei me desviar de comentários carregados do linguajar cinematográfico para dizer que vi algo "legal" por traz de tudo isso, e notei que a ciência não é pano de fundo, e nem as questões relacionadas à sociabilidade humana o é. TBBT não trata de "uma" realidade, até mesmo porque "realidade" por sua vez é uma discussão carregada de senso comum acadêmico... Tenho dúvidas também se TBBT tenta apresentar soluções, e se tentar, eu paro os meus downloads.

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  14. Bom, só fazendo um comentário rápido. Hoje em dia, uma das coisas que se tornaram mais perigosas de se fazer é falar a respeito de sitcons e séries dramáticas em geral, pois elas deixaram, há muito, de ser simples "encheção de linguiça", basta observar as produções da HBO. O que o Wesley apontou no post acima foi perfeito, enquanto a TV e outras mídias buscam capturar os telespectadores através de coisas intelectualóides, TBBT surge como um refresco. Sem desconsiderar, mas já o fazendo, a leva de pessoas "instruídas" que adoram House é incrível, e é uma série que destrói todo o processo de humanização do sistema médico, só para apontar um detalhe, não vou me aprofundar nisso.
    TBBT nunca foi criado para ser um marco de ficção científica, muito pelo contrário, a série reúne o que havia de melhor em Friends com a onde "kidult" estadunidense (a qual nos afeta diretamente, aliás). A série nada mais faz do que mostrar adultos que cresceram durante a explosão da informática, dos video-games e os clássicos da década de 80 (leia-se Sessão da Tarde para nós brazucas rsrs). Logo, esses "nerds" são estereótipos não de cientistas, mas de pessoas que cresceram sobre as influências supracitadas, jovens professores, médicos, arquitetos e por aí vai, que, por mais que não vivam hoje os mesmos problemas, já tiveram suas fases de "quarta-feira é dia de jogar Doom", e atire a primeira pedra quem aqui (ainda mais na net!!!!) não deixou de sair um sábado pelo menos para ficar "noiando" na frente do PC, PS 1, 2 ou 3, e demais correlatos!
    A respeito da poesia. Sim, existe, logo que a série (suas 3 primeiras temporadas) constantemente nos transmite, no mínimo, um sentimento: nostalgia. E se a transmissão de um sentimento como esse não pode ser um atestado de uma pequena, até mínima parcela poética, numa série desinteressada, vamos assistir House então...
    Para encerrar o comentário rápido (rsrsrs). Num mundo em que nossos heróis foram substituídos por pessoas reais e medíocres (leia-se novelas e realities imbecis), uma série que, no mínimo, busca resgatar os heróis da contemporaneidade pop (pop - popular... o que não é pop?) através de citações inteligentes merece todo o crédito sim.
    Agora esperemos para ver as próximas 3 temporadas já confirmadas. E que fique a Blossom! rsrsrs
    P.S.: Procurem assistir a série sem as legendas, no original, é MUITO melhor.

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  15. Cara, de fato, segundo o dono deste blog, o Tiagão, as legendas da Warner Channel são muito pobres na tradução, principalmente quando tratam de citar referências relacionadas, acima de tudo, à cultura pop. Nesse sentido, quem está assistindo a série nesses termos, provavelmente não deve estar "enxergando" o "mesmo" que a gente... É interessante que as legendas da galera pirata são muito boas, com uma tradução de um nível consideravelmente maior que as encomendadas pela Warner. Conclusão: downloads ou aulas de inglês.

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